segunda-feira, 19 de março de 2012

Autismo e sua "cura"




Gente o dia 2 de Abril está chegando e eu estou muito contente. A associação de pais que eu ajudo vai fazer algumas atividades e assim que eu tiver fechado tudo que vai ser feito volto aqui para contar. 

Vamos acender uma luz azul para o autismo? Quem disse que tem que ser só no dia 2 de abril? Podemos desde já fazer a nossa parte, usar roupa azul, pintar a unha de azul, que tal?


Voltando ao tema do post:

Ano passado li uma matéria muito interessante sobre o 'desespero pela cura do autismo'. Você pode ler essa matéria  aqui

Imediatamente me lembrei da minha infância, onde meus pais não mediram esforços para que Luizinho fosse "curado", tivesse uma vida de uma criança normal.

Não me lembro ao certo o nome do medicamento, lembro dos meus pais comprarem o tal remédio que vinha dos EUA, era a 'cura', ah, como todos nós estávamos esperançosos e eu, como uma criança comum, queria ter meu irmão para brincar como as outras crianças tinham.

Com o remédio, meu irmão apresentou uma melhora espetacular, falou algumas palavras e meus pais ficaram muito esperançosos. Doce engano, depois do terceiro ou quinto dia, Inho voltou ao que era sem tomar o medicamento.

É normal os pais buscarem a "cura" ou uma melhora significativa, quase cura, quem desiste de um filho? Ninguém. Eu como mãe, apesar de não ter um filho autista, acredito que se tivesse, iria ter muita cautelar com medicamentos, tratamentos, etc, a matéria é muito boa, vale a pena a leitura.

Sei que há pessoas que acham que eu não sou muito otimista, que eu deveria ser, etc. Acontece que, meu amigo, minha amiga, eu convivo com um autista clássico, não verbal, muito dependente de meus pais (de mim, do meu outro irmão) há vinte e nove anos. Infelizmente, meus pais tentaram de tudo, e há caminhos que não levaram a nada, mas é aquela coisa, cada um tem que caminhar o seu caminho e ver por sí só o que dá ou não resultado, até por que há diversos graus de autismo e o que pode não ter dado certo com o Inho pode dar com outra criança.

Sei lhes dizer que, meus pais não são descrentes e nem eu, de tudo foi tentado, mas infelizmente não deu resultado com meu irmão e com diversos outros jovens adultos que eu conheço.Não vou ficar aqui enumerando o que foi tentado com o meu irmão, seria cansativo.

Fica aqui um pedido: pais, creiam, trabalhem, acreditem no seu filho e na cura ou quase cura deles, precisamos disso! Mas pense também na questão da residência assistida pois caso seu filho não venha a ser curado, ele precisará de uma residência para quando vocês não tiverem mais aqui. Mesmo quem ganha bem, quem tem posses, um dia podem precisar e devemos unir forçar para que o Brasil inteiro tenham residências assistidas aos nossos autistas.

Pense na cura, pense na melhora, mas por favor, pense nas residências assistidas também ok? Se quiserem ajudar, favor assinar esse abaixo assinado que a AMARS e outras entidades estão apoiando clique aqui para assinar

Abraço azul!

Todas as imagens foram retiradas do "google imagens".

3 comentários:

  1. Bacana, ótima iniciativa. As residências são realmente muito necessárias, precisamos agir para que elas saiam o mais rápido possível, e com qualidade.
    Abçs
    Claudia Moraes

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  2. Muito bom, Cris! Sempre engajada, sempre na luta, sempre com GARRA e TERNURA, ao mesmo tempo... um beijão de quem te admira!

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  3. Obrigada minhas queridas! VocÊs moram no meu coração! Bjokas!

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